Declaração Preliminar da Missão de Observação Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa às Eleições Presidenciais na Guiné-Bissau, em 24 de novembro de 2019
No seguimento do convite formulado pelas autoridades da Guiné-Bissau, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) constituiu uma Missão de Observação às Eleições Presidenciais, realizadas em 24 de novembro de 2019, na República da Guiné-Bissau.
A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da CPLP, chefiada por Sua Excelência Oldemiro Baloi, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique, integra 23 observadoras e observadores, incluindo parlamentares da Assembleia Nacional da República de Angola, da Assembleia Nacional da República de Cabo Verde e da Assembleia da República Portuguesa, em representação da Assembleia Parlamentar da CPLP; representantes de órgãos de gestão eleitoral e diplomatas indicados pelos Estados-Membros; bem como funcionários do Secretariado Executivo da Organização.
Presente no país entre 16 e 26 de novembro de 2019, a MOE da CPLP teve audiências com o Presidente da Assembleia Nacional Popular e com o Presidente da Comissão Nacional de Eleições; e manteve encontros com a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades e a Ministra da Administração do Território e Gestão Eleitoral. Manteve, igualmente, encontros com outras Missões de Observação Internacional e reuniu-se com o Grupo dos Embaixadores dos Estados-Membros da CPLP em Bissau.
A MOE da CPLP desdobrou-se em 9 equipas, que acompanharam a fase final da campanha eleitoral e o dia da votação, incluindo a abertura e o encerramento das urnas e o apuramento preliminar do escrutínio, abrangendo as regiões de Bafatá, Biombo, Cacheu, Gabú, Oio e o Setor Autónomo de Bissau.
A Missão desenvolveu as suas atividades sem quaisquer constrangimentos, tendo observado um total de 261 mesas de assembleias de voto, entre zonas urbanas e rurais, às quais corresponde um total de 82.811 eleitores inscritos, aproximadamente 11% dos eleitores registados.
Na observação do ato eleitoral, a MOE da CPLP constatou que a localização e o acesso às assembleias de voto permitiram uma participação efetiva e normal, tendo os horários de abertura e encerramento sido cumpridos, de modo geral, em todas as mesas visitadas. A Missão observou, ainda, que foram asseguradas as liberdades cívicas e os direitos políticos dos cidadãos e cidadãs, nomeadamente o direito de participação no processo político do país, através do sufrágio universal, direto, secreto e pessoal.
A MOE da CPLP realça a elevada qualidade do trabalho desenvolvido pelas autoridades eleitorais, sem prejuízo da possibilidade de aperfeiçoamento do processo. Da mesma forma, assinala o excelente profissionalismo dos membros das mesas das assembleias de voto no cumprimento dos procedimentos estabelecidos e no apoio aos eleitores. A Missão registou ainda a presença de delegados de várias candidaturas em todos os locais observados.
A Missão congratula-se com a participação da sociedade civil na monitorização do processo eleitoral, nomeadamente pelo número expressivo de agentes no terreno e a elevada capacidade organizativa, considerando que representa um importante contributo para o reforço da democracia no país.
Registou-se, com agrado, a significativa participação de mulheres como membros das mesas das assembleias de voto, representando cerca de 40% do total nos locais observados.
A MOE da CPLP sauda a articulação entre as Missões de Observação Internacional presentes em Bissau, que constitui uma boa prática.
A Missão de Observação Eleitoral da CPLP felicita, de forma efusiva, o povo guineense pelo civismo e serenidade com que exerceu o direito de voto, factor que constitui um importante contributo para a boa governação, a estabilidade, o desenvolvimento económico e social, bem como para o reforço da Democracia e do Estado de Direito na República da Guine-Bissau.
A MOE da CPLP exorta todas as forças políticas e as autoridades judiciais e de segurança da Guiné-Bissau a contribuirem para a manutenção do ambiente de ordem, segurança e tranquilidade durante o processo de apuramento e divulgação dos resultados finais, respeitando o quadro legal estabelecido.
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